terça-feira, 4 de abril de 2006

De noite


De noite

De noite descia a escada misteriosa
Junto da pedra onde Jacob dormia.

De noite celebravas a Páscoa com o teu povo
Enquanto, nas trevas, caíam os inimigos.

De noite ouviu Samuel três vezes o seu nome
E em sonhos falavas aos santos Patriarcas.

De noite, num presépio, nasceste, Verbo eterno,
E os Anjos e uma estrela anunciaram a tua presença.

À noite celebravas a primeira Eucaristia
No meio dos teus amigos a Última Ceia.

De noite agonizastes no Jardim das Oliveiras
E recebeste o beijo frio da traição.

A noite guardou o teu Corpo no sepulcro
E viu a glória da tua ressurreição.

Na noite da nossa vida, com a luz da fé acesa,
Esperamos alegres a tua última vinda.

Será que a Noite
não merece mais
do que apenas o desprezo
do teu sono?

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