terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Existe Justiça?

«Qualquer crime contra o Estado é punido aqui com a máxima severidade; mas se o acusado demonstra claramente ante os tribunais que está inocente, o acusador sofre uma morte ignominiosa; e, além dos bens e das terras, o inocente ver-se-á quadruplamente recompensado pela perda de tempo, o risco porque passou, as agruras do encarceramento e os gastos feitos com a sua defesa.

Acresce ainda, no caso de insuficiência de fundos, que a coroa recompensa com magnanimidade.
Finalmente, o imperador concede alguma distinção pública e é proclamado um édito por toda a cidade em que é declarada a inocência da pessoa em causa.
(...)

Quem quer que demonstre ter observado rigorosamente as leis do país durante setenta e três luas, tem direito a certos privilégios, de acordo com a sua posição e condição de vida; torna-se também merecedor de uma soma proporcional de dinheiro, proveniente de um fundo especial disposto para este fim.
Obtém, além disso, o título de Snilpal ou Legal, que se agrega ao nome, mas que não será herdado pelos descendentes.

Quando lhe disse que as nossas leis previam unicamente punições, sem qualquer referência a recompensas, aquela gente considerou isso um defeito enorme do sistema.»

In As Viagens de Gulliver, Jonathan Swift 1667-1745.

4 comentários:

disse...

Olha um homónimo...além de né é transmontano! Sim senhor!

DairHilail disse...

cheguei aqui, vinda de longe, muito longe...comecei a ler o teu post...desculpa não consegui terminar, fiquei a ver a foto de Jesus,acho que falava comigo...

Cadinho RoCo disse...

Justiça sem recompensas? Não! Isto é sim injustiça.
Cadinho RoCo

Anónimo disse...

Obrigada pela visita!