
Muito louvável! — Respondeu o mestre – Toma a Bíblia e lê-a; ao cabo de uma semana vem dizer-me o que aconteceu.
Passada uma semana, o jovem voltou ao mestre e disse-lhe:
Não aconteceu nada; aliás, a leitura é fastidiosa.
É natural, – disse o mestre; - agora, além de leres a Bíblia, enche um cesto de terra e cada dia deita-lhe água em abundância; depois vem comunicar-me o resultado.
No termo de mais de uma semana, o noviço tornou ao mestre:
Não aconteceu nada digno de registo; ao deitar água, a terra vai-se escapando pelas fendas do cesto.
Continua a fazer o mesmo, por mais algum tempo — serenou-o o mestre.
Passado muito tempo o noviço voltou desanimado ao seu mestre:
Não me apercebi de nada notável; o que posso dizer é que com a repetição diária da mesma operação, a terra saiu toda com a água e o cesto ficou vazio.
É isso! - Exclamou o mestre – É a transformação que conseguirá em ti a leitura constante da Palavra de Deus escrita; esta é a água límpida que purifica; o cesto de terra és tu; a terra são as tuas impurezas e imperfeições. Deixa-te penetrar pela água viva da Palavra de Deus, que ela irá expulsando de ti os maus hábitos e te configurará à imagem do Filho de Deus.
in “A Arte de ler a Bíblia - Em louvor da Lectio Divina”
de Armindo S. Vaz — Ed. Carmelo + A.I.S.- 2OO2
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